Um suspiro calado, desavergonhado, lânguido, expressando a falta indizível.
Maçãs frias de manhãs enevoadas, habitantes de olhares sorrateiros, flutuantes, amores fixos.
Pedestais ensolarados, sombras projetadas no chão por onde a vida escorre.
Correr para o infindável seio da brevidade, transições atravessadas pela ira do atemporal.
Tempo oral, falas vazias, têmporas, pedras úmidas acariciadas pelo vapor.
Vá Pôr! A mãe diz ao filho, mas numa passividade rebelde, diz põe! Impõe! Indispõe.
Descolore o veio sem ritmo, corrompe ideais perdidos, sedimenta caudolosos vernizes.
Quando a vida esvai, escasseia segmentos, ex-vai, ex-foi, ex-pulsa, expõe.
Um suspiro tagarela, envergonhado, contraído, silencia para o todo da palavra.
escrito por Alex Azevedo
escrito por Alex Azevedo
2 comentários:
Ai está.
O lado poeta do Alex.
Quase impossível função: na poesia falar da psicanálise. No verso quase tocamos o Real. É sublime.
Palmas e abraço.
Paulo Castro.
º
De extrema criatividade, Alex.
Sempre há um pedido de "socorro" na poesia e, este, nem sempre é possível de ser visto ou escutado.
Assim são os caminhos poéticos: cheios de uma vida que se/quer vivida.
Bjs
Adelaide Pontes
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