quarta-feira, 22 de junho de 2011

"Crítica" de um dos meus contos.


Recebi uma "crítica" de um tal de Guilherme-não-sei-o-que, do Digestivo Cultural, sobre um dos meus contos - o primeiro do blog - que inclusive ele não deve ter lido. Mas o conteúdo ofensivo e gratuito me fez declinar a respeito do meio no qual almejo circular: o dos escritores. Não que meus contos sejam indubitáveis quanto à qualidade literária, não entro nesse mérito, mas ofensas que beiram o escatológico e o esdrúxulo, são de arrepiar. Havia transcrito o conteúdo da ignóbil crítica, mas por respeito aos meus leitores, pouparei-os dos detalhes sórdidos. Resolvi excluir o teor da "crítica". Caso alguém tenha curiosidade, solicite-me que eu enviarei para esclarecimentos. Mas deixo apenas minha indignação registrada como lamento e manifesto.

P.S. Continuo escrevendo contos, mas - pelo menos por enquanto - não os publicarei neste blog. Espero compreensão dos que me acompanham.

Abraços cordiais, Alex.


Uma pequena estória de breve despedida:

Amor Manchado

Ela colecionava desilusões desde seus 16 anos, quando seu primeiro amor a deixara. Passou a odiar a figura masculina. Reduzida às sombras dos maus-tratos dos homens, destinava ao retrato do pai - morto quando ainda nem completara 9 anos - uma série de impropérios que mais machucava a si do que hostilizava o falecido.


Um ano depois um novo amor surgiu, afagando suas amarguras e renovando as esperanças. Mas contrariando suas crenças, a repetição manteve-se fiel à tragédia e em menos de um ano ele partiu. Revoltada, repetiu as ofensas à imagem do pai - símbolo da irredutível condição de desgraça - partindo o porta-retrato em milhares de caquinhos.


A fotografia do velho homem não suportou o impacto e, já aderida ao vidro, espatifou juntamente com os cacos. Triste por mais essa perda, e agora sem a figura do pai para contemplar e reverenciar todas as noites antes de dormir, foi consolada por um colega de classe que, notando sua angústia, aproximou-se. A partir daí, entrou num terceiro romance.


Com a progressiva falta de memória do pai morto, desmanchando em seus olhos, ao ser pedida em casamento, aceitou relutante. Casaram-se. As feições do pai se perdiam enquanto os traços do amor se condensavam e a possuíam. O rosto do amado estava nítido. Nunca mais o amor se desmanchou. A mácula de Eros penetrou com solidez. Novamente o pai a abandonou - dessa vez levou a mancha consigo.


ESCRITO por ALEX AZEVEDO DIAS.


14 comentários:

Vanessa disse...

Cada vez fica mais evidente a pobreza mental, de caráter ou de opinião. É triste que cada vez mais as pessoas estejam se alienando, ficando cada vez mais ignorantes.
Lamentável.
Também não concordo com a crítica, seu texto é ótimo de qualquer maneira.

Filipe Dias disse...

Sinceramente, não entendi a critica do Guilherme.
li o conto aqui, e não vi algo que justificasse as palavras dele.
Você respondeu à ele?

Alías, eu gostei do conto.


http://www.umcontoemeio.blogspot.com/

Anônimo disse...

Cada vez acho mais curiosa essa necessidade que as pessoas que não tem competência para entender significados ou apreciar uma linguagem mais formal de condenar o conteúdo dos outros.

Manda um dicionário de presente pro infeliz. Ele deve estar precisando...

Que isso sirva somente pra te fazer escrever ainda mais, viu?

Beijo!

Filipe Dias disse...

Onde esses caras te acham? aposto que se voce postar algo e dizer que é algum texto perdido do Guimarões Rosas por exemplo ele concerteza chamatra de "Genial"

o problema ai é a procedencia

Juliana S . disse...

Tem muita gente qe critica por criticar por que nao tem nada melhor fazer, acho que quando a critica e construtiva e sempre bem vinda, e se nao for,joga fora .
s puuder m visita tbein :
http://juliana-s18.blogspot.com/

Torugo disse...

É a primeira vez que visito seu blog. Não vejo os argumentos deles no seu texto. Está ótimo, parabéns! É só ignorar!

[]'s
blog.avoado.com

Anônimo disse...

Toda critica é bem vinda, qdo é feita por alguém que sabe "realmente" o que está dizendo. Quem é "famoso" Guilherme, mesmo? Tao conhecido que "ninguém ou todos" nao sabem da onde ele é, nem quem é? E o outro "fulano famoso"...Ixi, tao conhecido que até esqueci o nome dele.!?!
Isso é muito ego inflado...rsrsrs
No dia que um dos dois forem reconhecidos como escritores, assim: Saramago, Gumarães Rosa, Clarice Lispector, Pablo Neruda, Sartre (filósofo)entre outros.
Ai, talvez eles poderão falar algo acerca de seus escritos Alex, e ainda assim se for algo inteligente, pq toda critica ácida, só aponta para a falta de capacidade intelectual.
Vá em frente, nao dê importância para quem nao tem importância.

Luiz Cirino disse...

considero esse tipo de critica demasiado infantil...
você escreve bem e seu blog tem um conteudo legal!
xoxo, Luiz Cirino.

http://luizcirino.blogspot.com/

Unknown disse...

parabéns seu blog é ótimo .

http://flavianerisfala.blogspot.com/

bia santos disse...

Se eu prestasse atenção às críticas destrutivas, já tinha parado de escrever há muito tempo...

Tem certos dias que tenho vontade de parar tudo, por uma fração de segundos, depois desisto e volto a escrever...

Faça igual a cavalo na parada de sete de setembro: "Cagando, andando e o povo aplaudindo"

Quem me dera, poder apagar os traumas de infância, quebrando um simples porta retrato...

Retribuindo seu comentário no meu blog. Obrigada!

Loverocklive disse...

Bom vamos lá, por onde começar realmente... Acho que o blog é um espaço na internet para colocarmos a nossa opinião o nosso ponto de vista, ou os nosso textos e contos ( como você mesmo faz isso) que por sinal são muito bons. Gostaria de fazer uma pergunta, Você alguma vez pediu para o tal entrar no seu blog para ler ou comentar algo ? Criticas destrutivas ou construtivas se é que existem essa distinção..devem ser feitas acima de tudo com respeito.

Parabéns pelo blog e sucesso

Sandro Mangueirense disse...

Quando optamos por ter um blog e divulgá-lo , estamos invariavelmente á mercê de toda e qualquer crítica, seja ela construtiva ou não. Quando o conteúdo desse blog é autoral, essa vulnerabilidade aumenta, afinal de contas, escrevemos e, graças à Deus, não conseguimos agradar a todos (eu acredito realmente que toda unanimidade é burra!). Acho que você ao decidir não mais publicar seus textos, no SEU blog, você está abrindo mão da SUA liberdade, da SUA arte, e da SUA luta. E muito particularmente falando, e sem querer parecer com isso alguém que se julga acima do bem e do mal (longe disso, estou mais pra mal do que pra bem, por sinal), acho que não nasceu ainda a pessoa que vai, através de qualquer tipo de palavra, me fazer achar que não devo mais escrever algo. Aliás, uma das coisas mais admiráveis no ser humano, é a capacidade de resistir às críticas e superá-las, quando forem "construtivas" ou simplesmente ignorá-las, quando não servirem pra nada. Não deixe que a opinião de quem você diz não ter importância alguma, por não conhecer sua obra, passe a ter mais importância do que ela, sua obra.

Um abraço

http://estacaoprimeiradosamba.blogspot.com/

Milena De Andrade disse...

Não vi a crítica, mas nem preciso. Estou aqui para comentar o seu conto. Bom, você escreve muito bem; e a tua imaginação, suponho, que é a tua melhor amiga.
Continue escrevendo.
Críticas construtivas devem ser sempre bem aceitas, embora este não seja um exemplo da mesma. Parabéns pelos escritos. Abraço.

Meu Cantinho
http://mile-meucantinho.blogspot.com

Filipe Dias disse...

Já disse um sabio de algum lugar"apenas um grande amor para curar uma grande perda" e é verdade.
E a figura do pai que não estava presente e o amor em que ela se colocava com seus amantes é forte, realmente é possivem que ela projetava em seus romances o pai, querendo obter de seus namorados o amor que perdera com 9 anos de idade. Quando um deles iam embora, é como perder o pai mais uma vez.

Muito bom esse seu mini conto